Introdução
A transformação digital continua a ser uma prioridade estratégica para as organizações em Portugal e no mundo. No entanto, segundo o relatório Digital Acceleration in 2025 da McKinsey, o simples investimento em tecnologia não garante, por si só, uma vantagem competitiva nem resultados sustentáveis. O verdadeiro diferencial reside na capacidade das empresas em converter esse investimento em mudanças estruturais que tenham um impacto tangível no seu modelo de negócio, nos seus processos e na sua cultura organizacional.
Este artigo analisa quatro fatores-chave identificados pela McKinsey como determinantes para que a digitalização gere um valor real e sustentável, e propõe um enquadramento para que as empresas avaliem e ajustem as suas estratégias digitais com foco nos resultados.
1. Rever e modificar modelos de negócio estabelecidos
A digitalização não se deve limitar à otimização de processos existentes. As organizações líderes questionam e reinventam os seus modelos de negócio para se adaptarem a novos mercados, novos clientes e novas tecnologias. De acordo com a McKinsey, esta capacidade de rever e adaptar modelos é fundamental para as organizações se manterem relevantes e competitivas num ambiente em constante mudança.
2. Agilidade para testar e ajustar iniciativas com base em dados
A rapidez e flexibilidade para experimentar, aprender e ajustar estratégias com base em dados reais é outro fator crítico. As empresas bem-sucedidas implementam ciclos curtos de teste e aprendizagem, utilizando análises avançadas para medir o impacto e ajustar as iniciativas em tempo real, minimizando os riscos e maximizando os resultados.
3. Uma cultura organizacional que promove a autonomia e decisões informadas
Uma cultura que fomente a autonomia, a responsabilização e o uso de dados na tomada de decisões é essencial para que a digitalização se traduza em resultados concretos. A McKinsey destaca que, sem esta transformação cultural, os investimentos tecnológicos poderão não ter o impacto desejado, uma vez que as equipas não dispõem do empowerment necessário para os aproveitar de forma eficaz.
4. Integração eficaz entre estratégia e tecnologia
Por fim, o alinhamento profundo entre a estratégia corporativa e a tecnologia evita que a digitalização se torne um fim em si mesma. As organizações que integram tecnologia e estratégia alcançam abordagens coerentes e coordenadas, que potenciam o desempenho e a inovação, evitando esforços fragmentados ou desconectados.
Conclusão
A transformação digital é um processo complexo e multidimensional, que exige abordagens específicas e orientadas. Compreender os fatores que impulsionam o sucesso é fundamental para que o investimento tecnológico se traduza numa verdadeira vantagem competitiva.